O
director financeiro do Vaticano, George Pell, está a ser investigado
pela polícia australiana por alegados abusos sexuais a crianças.
A umrevelação
foi feita esta quarta-feira por um canal televisivo australiano,
acusações que os chefes da Igreja Católica consideram “totalmente
falsas”.
As novas
alegações contra George Pell, que estão a ser investigadas pela polícia
no estado de Vitória, abrangem duas décadas, revelou a ‘Australian
Broadcasting Corporation’.
Quando foi o
Arcebispo Católico de Sydney em 2002, Pell foi acusado de antigos abusos
sexuais, mas foi mais tarde considerado inocente.
O canal ABC
disse que obteve oito declarações da polícia de vítimas, testemunhas e
familiares que estavam a ajudar a polícia na investigação.
No entanto, o
homem de 75 anos negou as alegações numa declaração ao mesmo canal
televisivo, afirmando que as acusações de que ele abusou sexualmente de
alguém são “completamente falsas e completamente erradas”.
Um porta-voz
da polícia disse à agência France Presse que não iria comentar. O chefe
da polícia de Vitória, Graham Ashton, disse em Junho que a polícia
estava a investigar as queixas contra Pell.
As alegações
incluíam acusações de dois homens, agora com cerca de 40 anos, que
disseram que foram apalpados pelo padre no verão de 1978 numa piscina em
Ballarat, onde Pell cresceu e trabalhou.
Depois de uma
década de crescente pressão para investigar acusações de pedofilia, foi
criada em 2012 na Austrália uma comissão para tratar apenas de assuntos
relacionados com abuso de crianças.
A
investigação da polícia no caso de George Pell faz parte de um conjunto
de queixas mais amplo dessa comissão, que já falou por quase 5 mil
sobreviventes e já ouviu histórias de abuso infantil em locais de culto,
orfanatos, grupos comunitários e escolas.
Pell tinha
dito anteriormente à comissão que não estava a par dos crimes que tinham
ocorrido em Vitória, onde padres pedófilos abusaram de dezenas de
crianças nas décadas de 70 e 80.
O padre
australiano foi ordenado em Roma, em 1966, antes de voltar para a
Austrália, em 1971, e de se tornar um alto funcionário da igreja
católica australiana.
Voltou para o
Vaticano em 2014 depois de ter sido escolhido pelo Papa Francisco para
tornar as finanças da igreja mais transparentes.
Francisco
aprovou a criação de um tribunal interno da Igreja para punir os bispos
que encobriram abusos sexuais por padres, mas os sobreviventes de
pedofilia não acreditam que haja grande mudança.
Outros países
onde alegados ou confirmados casos de abusos sexuais se tornaram
públicos são a Áustria, a Bélgica, o Canadá, a Alemanha, a Irlanda, o
México, a Holanda, a Polónia e os Estados Unidos da América.
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