A presidente brasileira, Dilma Rousseff, afastada
temporariamente do cargo, para ser julgada por irregularidades, não
compareceu à sessão de interrogatório do seu processo de destituição,
preferindo enviar uma carta aos senadores.
Na sessão desta quarta-feira, Dilma
seria interrogada pelos senadores da Comissão Especial de Impeachment
(destituição) sobre as irregularidades políticas e fiscais de que é
acusada e teria a oportunidade de se defender.
Mas Dilma, que não era obrigada a
comparecer, optou por enviar uma carta de 30 páginas pelo seu advogado, o
ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. Como advogado, Cardoso
foi autorizado a ler a missiva e teve amplo espaço para fazer mais uma
defesa verbal da presidente. O também político tem feito várias ao longo
dos meses, desde a instauração do processo no Congresso, em Dezembro de
2015, mas não respondeu a perguntas em nome da chefe de Estado.
Na carta, Dilma Rousseff relembrou que
foi presa e torturada durante a ditadura militar, que já enfrentou e
venceu um cancro, mas que agora enfrenta a dor mais inominável que um
ser humano pode sofrer: a da injustiça. Em sua defesa, a presidente
afastada voltou a afirmar que o processo que enfrenta é uma farsa
jurídica e política e que em nenhum momento praticou qualquer crime no
exercício do mandato presidencial ou antes dele.
De acordo com o cronograma estipulado
pelo Congresso e pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo
Lewandowski (que, durante a fase final do julgamento, presidirá às
sessões do caso no parlamento), a votação final que pode destituir Dilma
definitivamente do cargo deve ocorrer na última semana de Agosto,
provavelmente em 26 ou 27 desse mês.
Para Dilma ser destituída são
necessários os votos de 54 dos 81 senadores, um a menos do que a então
oposição conseguiu em maio, na altura em que a presidente foi afastada
por 55 dos senadores.
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