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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

MEMÓRIAS SOBRE SAMORA MACHEL - LIDERANÇA E INTEGRIDADE: Qualidades que tornaram Samora líder carismático

Líder nato, visionário e carismático é como os entrevistados desta rubrica sobre memórias resumem a figura do primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel. Uns, porque tiveram um contacto directo com ele, e outros, porque de longe ouviam e tentavam seguir os seus ensinamentos e apelos, lembram com nostalgia do mais alto dirigente da nação, que perdeu a vida num acidente aéreo a 19 de Outubro de 1986 em Mbuzine, na África do Sul, juntamente com a comitiva que o acompanhava.

Para Sara Massuanganhe, secretária de formação, Samora Machel foi um líder nato, exemplo de liderança que devia ser seguido por muitos, não só a nível político como também a nível das organizações.

“Samora não era um líder de gabinete. Fazia ofensivas organizacionais e políticas. Visitava directamente as instituições, mantinha contacto com os trabalhadores e, a partir disso, conseguia ter a real dimensão do pulsar do país”, exemplifica.

Um dos ensinamentos por ele deixados e que inspira Sara Massuanganhe é o alto nível de exigência. Ele era uma pessoa extremamente exigente, carácter que contribuía para dar um ritmo diferente nas unidades de produção em diferentes frentes. A luta pela perfeição era palavra de ordem. “Pessoalmente adoptei esse modelo de ser e estar não só na organização onde trabalho como também em tudo: muita exigência”, frisou.

Adianta que Samora incutiu valores que hoje podem não fazer sentido, sobretudo para os mais novos, mas que eram importantes para o desenvolvimento são da juventude, principalmente nas escolas”. Falo de pintar as unhas, maquilhagem, entre outros hábitos.

Quando recebeu a notícia da morte do primeiro Presidente Sara já trabalhava na Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE). Conta que os colegas juntaram-se num departamento onde havia um rádio e, confirmado o facto, seguiu-se o momento de choros e desespero. “Parecia termos perdido um pai biológico”.

Morreu pobre por ser íntegro - afirma Azarias Langa, funcionário público 

UMA das particularidades de Samora Machel que marcou pela positiva Azarias Langa, funcionário público, foi a sua qualidade de visionário. “Mesmo sem qualificações académicas conseguia ler e prever situações que hoje estão a acontecer. Prova disso são os discursos que proferia, condenando e desencorajando certos comportamentos nocivos à sociedade que, infelizmente, hoje estamos a presenciar a vários níveis”, disse.

Conta que conheceu Samora Machel ainda criança, mas orgulha-lhe o facto de ter tido oportunidade de manter contacto com ele por várias vezes, tendo nalgum momento apertado a sua mão. Mas, acima de tudo, apreciou o facto de ele ter lutado em prol de um ensino inclusivo, que permitiu juntar as crianças de todos os estratos sociais num só objectivo: a formação do Homem novo.

Foi uma filosofia que funcionou pois, segundo explica Langa, muitos que viviam em zonas recônditas e que dificilmente poderiam ter acesso ao ensino, sobretudo nas classes mais avançadas, conseguiram se formar.

“Tudo o que sou hoje foi graças a esse espírito inclusivo que Samora tinha e que estendeu-o para todas as crianças moçambicanas, desde o filho do mais humilde camponês até ao dos cidadãos prósperos do meio urbano, sem nenhuma discriminação”, recorda-se.

Sobre o segredo da simpatia de que granjeava em muitos círculos Langa disse ser fruto do seu carisma e, sobretudo, da atenção que tinha pelas pessoas, independentemente do seu nível de vida, meio e/ou posição social. Por conta disso muitos queriam estar perto dele, pois não era todos os dias que se tinha sorte igual.

Realça que como ser humano e dirigente poderá nalgum momento ter cometido falhas mas importa neste momento salientar os  aspectos positivos que podem ser seguidos como exemplo e ajudar a sociedade moçambicana.

A sua integridade foi uma grande lição para muitos. “Samora morreu pobre por ser um homem íntegro e por essa foi uma grande lição de vida”, disse.

Sobre os fenómenos que Samora combatia veementemente Azarias Langa menciona a corrupção, palavra que no passado tinha, sob ponto de vista prático, um significado e dimensão diferente do que tem hoje, ao ser relacionado com o uso indevido de bens do Estado e não só.

“Nessa altura a corrupção tinha apenas conotação com homens que tinham mais do que uma esposa, pois isso era  socialmente condenável”, salienta.

Sobre a morte do primeiro Presidente o interlocutor disse ter sido um momento pesado para todos, uma verdadeira perda. “Pessoalmente chorei como se tivesse perdido o meu progenitor. Tinha apenas 16 anos mas fui participar nas exéquias”, finalizou.

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