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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Moçambique precisará de “esforço gigante” para Recuperar Credibilidade

O novo governador do banco central de Moçambique, Rogério Zandamela, defendeu esta quinta-feira que o país precisará de fazer "um esforço gigante" para recuperar a credibilidade, tanto internamente como junto da comunidade internacional, e também para sair da actual crise.

Em declarações aos jornalistas momentos após a sua posse, na Presidência da República, Rogério Zandamela, quadro do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse que vai trabalhar na defesa da estabilidade macroeconómica e na promoção do bem-estar dos moçambicanos, quando o país enfrenta uma crise económica e a suspensão de apoios externos devido ao caso das dívidas escondidas.

"Claramente isso comporta um esforço gigante da parte de todos nós - não só do Banco de Moçambique mas de toda a sociedade -, requer trabalho duro, sacrifícios enormes para podermos restaurar e recuperar a nossa credibilidade, tanto interna como com a comunidade internacional", declarou.

Ao mesmo tempo, Rogério Zandamela disse que o mesmo esforço terá de ser aplicado na recuperação da confiança na economia do país, para que esta se dirija no sentido do "crescimento económico sustentável, com mais justiça social e maior bem-estar para toda a sociedade moçambicana".

O novo governador do banco central escusou-se a precisar as medidas que tenciona adotar e a responder se o seu currículo no FMI poderá ajudar a desbloquear as relações com a instituição financeira internacional, defendendo "é prematuro falar" sobre esses assuntos antes de dialogar com a sua equipa.

Rogério Lucas Zandamela substitui Ernesto Gove, que atingiu o limite de cinco anos do seu segundo mandato, e regressa a Moçambique após 39 anos de carreira no estrangeiro.

O novo líder do Banco de Moçambique é funcionário do FMI desde 1988, tendo exercido sucessivamente as funções de representante-residente da instituição no Brasil e de chefe de Missão do FMI para Arménia, Costa Rica, Gâmbia, Guatemala, Libéria, Malásia, Nicarágua, Peru, Trinidad e Tobago e Zimbabué, e no Departamento de Mercados Monetários e de Capital.

É doutorado em Economia pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, e desempenhava as funções de chefe de missão para Djibouti e Somália, no Departamento do Médio Oriente e Ásia Central do FMI.

Moçambique enfrenta uma crise traduzida pela descida do valor das matérias-primas de exportação, forte desvalorização do metical, subida da inflação, desastres naturais e conflito militar no centro do país.

A descoberta em abril de avultadas dívidas garantidas pelo Estado, entre 2013 e 2014, à revelia das contas públicas, levou o FMI a interromper um crédito a Moçambique e os doadores do Orçamento do Estado a suspender os seus pagamentos.

Fez ainda disparar a dívida pública para 86% do Produto Interno Bruto, ao mesmo tempo que criou incerteza sobre a capacidade do Governo face aos seus pagamentos.

O FMI vai enviar uma missão a Moçambique a partir do dia 22 de setembro para avaliar os progressos económicos e financeiros do país no seguimento da crise da dívida.


Numa entrevista à Rádio Moçambique, o representante da instituição em Maputo, Alex Segura, insistiu numa auditoria forense internacional à dívida pública de Moçambique, uma possibilidade que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, condiciona aos progressos das investigações em curso na Procuradoria-Geral da República e na comissão parlamentar de inquérito entretanto criada.

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