Pelo menos 50 contentores com 1.500 metros cúbicos de
madeira, prontos para a serem exportados para China, foram confiscados, na
semana finda, no Porto da Beira, na província Sofala, por apresentar uma
espessura acima do recomendado.
A referida madeira, de espécie chanate, provinha da província
de Tete e presume-se que pertence a uma empresa apenas identificada com a sigla
GPZ.
Trata-se de pranchas com uma espessura de 18 centímetros,
contra os 12,5 centímetros admitidos por Lei para exportação. Alguns
contentores já estavam lacrados e pontos para serem tirados do país para a
China.
A multa por tal infracção, segundo o Ministério da Terra,
Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), está estimada em aproximadamente
três milhões de meticais e madeira deverá reverter a favor do Estado, podendo ser
vendida em hasta pública.
A China é, de acordo com a Agência de Investigação
Ambiental (AIA), o maior consumidor de madeira ilegal que é roubada, por via da
importação em grande escala, por organizações criminosas.
A Autoridade Tributária de Moçambique assegurou que a
empresa que pretendia exportar a madeira apreendida no Porto da Beira cumpriu
todos os requisitos necessários para a exportação.
A equipa de fiscalização que travou o processo de
exportação era composta por funcionários do MITADER e dos Serviços de Florestas
e Fauna Bravia.
Refira-se que, há poucos dias, em Nacala-Porto, província
de Nampula, foram apreendidos perto de 500 metros cúbicos de madeira em touros,
também prontos para serem exportados para aquele país asiático. O produto era
supostamente proveniente do Malawi e teria sido falsamente declarado como sendo
algodão em fibra.
Ainda segundo a AIA, Moçambique é um exemplo claro da
“falência crónica da gestão florestal quando a procura insaciável de madeira
por parte da China converge com a fraca aplicação das leis e a corrupção no
país”.
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