O Presidente
da República de Moçambique, Filipe Nyusi, condenou o assassínio do membro da
Renamo nas negociações de paz e conselheiro de Estado, Jeremias Pondeca,
exigindo às autoridades o esclarecimento do caso.
“O Presidente
da República condena o ato praticado e insta às autoridades competentes a
esclarecê-lo“, lê-se num comunicado da Presidência moçambicana
enviado hoje à Lusa.
Jeremias Pondeca, um dos membros da Renamo nas
negociações de paz com o Governo e também conselheiro de Estado de Moçambique,
foi assassinado no sábado em Maputo, mas o seu corpo só foi identificado no
domingo na morgue do Hospital Central, com a ajuda dos familiares.
No comunicado, o Presidente moçambicano destaca que
Jeremias Pondeca “prestou uma contribuição valiosa” como conselheiro de Estado,
apresentando condolências ao maior partido de oposição em Moçambique pela
perda.
“O Presidente
da República, em seu nome e em nome do Conselho de Estado, apresenta as mais
sentidas condolências à família enlutada“, acrescenta o documento.
De acordo com as autoridades moçambicanas, testemunhas
disseram que Pondeca foi alvejado a tiro por quatro desconhecidos, que se
transportavam numa viatura Toyota Runx, e o seu corpo foi abandonado na praia
da Costa do Sol.
A morte do membro do maior partido de oposição acontece
num momento em que Moçambique atravessa uma crise política e militar, marcada
por confrontos no centro do país entre o braço armado da Renamo e as Forças de
Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de
dirigentes políticos das duas partes.
As autoridades acusam a Renamo de uma série de emboscadas
nas estradas e ataques em localidades do centro e norte de Moçambique,
atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros
de saúde ou alvos económicos, como comboios da empresa mineira brasileira Vale.
Alguns dos ataques foram assumidos pelo líder da
oposição, Afonso Dhlakama, que os justificou com o argumento de dispersar as
Forças de Defesa e Segurança, acusadas de bombardear a serra da Gorongosa, onde
presumivelmente se encontra.
Os governos de Portugal, França e EUA e a União Europeia
(UE) já condenaram a morte de Jeremias Pondeca, encorajando o Governo e a
Renamo a perseguirem a via do diálogo para o fim da crise política e militar.
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