O primeiro-ministro
moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, durante a cerimónia dos 30 anos da
morte do antigo Presidente de Moçambique, Samora Machel em Mbuzini, na África
do Sul.
Samora
Machel, o primeiro Presidente moçambicano, morreu num desastre de aviação a 19
de outubro de 1986 em Mbuzini, na África do Sul, quando viajava entre a Zâmbia
e Maputo
O
primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, afirmou esta
segunda-feira que o seu Governo está convicto de que Samora Machel foi
assassinado, manifestando confiança na descoberta da verdade.
"É
nossa convicção de que Samora Machel foi assassinado pelo inimigo da autodeterminação,
da paz, da igualdade entre os homens, da concórdia e da coexistência pacífica
em Moçambique e na região da África Austral", declarou Rosário,
discursando nas cerimónias alusivas à celebração do 30.º aniversário da morte
do primeiro Presidente moçambicano.
Falando na
localidade de Mbuzini, na África do Sul, onde em 19 de outubro de 1986, caiu o
avião que transportava Machel, o primeiro-ministro moçambicano disse que o
desfecho das investigações em torno do acidente continua a ser uma prioridade
nacional e um imperativo patriótico.
"Nós,
moçambicanos, manifestamos a nossa convicção de que a verdade sobre o bárbaro
assassinato de Samora Machel será um dia conhecida pelos povos da região, do
mundo em geral e, muito em particular, pelo povo moçambicano", assinalou
Carlos Agostinho do Rosário, na presença do vice-Presidente sul-africano, Cyril
Ramaphosa, de Graça Machel, viúva, filhos e demais familiares do falecido chefe
de Estado, membros do Governo moçambicano sul-africano, líderes locais, religiosos
e tradicionais, além de centenas de convidados, muitos dos quais do Congresso
Nacional Africano (ANC) e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo),
ambos no poder.
O Executivo
moçambicano, prosseguiu, aprecia e encoraja os esforços em curso que o Governo
da África do Sul está a envidar para esclarecer as circunstâncias do trágico
acidente que vitimou o Presidente Samora Machel.
"Reiteramos
que o nosso Governo irá continuar a encetar esforços no sentido de que sejam
esclarecidas as circunstâncias em que ocorreu o acidente que tirou a vida ao
nosso saudoso Presidente e a comitiva que o acompanhava", acrescentou,
referindo-se aos 34 membros da comitiva que também morreram no desastre.
Para Carlos
Agostinho do Rosário, as boas lições que os povos moçambicano e sul-africano
extraíram da luta comum contra o "apartheid" e dominação colonial
devem prevalecer e orientarem os dois países para a convivência harmoniosa e
desenvolvimento sustentável.
Rosário
elogiou a decisão tomada pelo Governo sul-africano de declarar o Monumento
Samora Machel de Mbuzini como património nacional da África do Sul.
"Este
ato constitui fundamento para a imortalização histórica e das boas relações
entre os povos moçambicano e sul-africano na luta contra todas as formas de
discriminação racial, social e económica", sublinhou o primeiro-ministro.
Na ocasião,
Agostinho do Rosário anunciou a decisão do Executivo moçambicano de declarar o
monumento e o Centro de Interpretação da Matola, dedicado à solidariedade entre
os povos dos dois países na luta contra o "apartheid" património
cultural nacional de Moçambique.
Rosário
exortou os povos moçambicano e sul-africano a continuar a pautar pela
solidariedade e pelo fortalecimento de amizade com outros povos em prol de uma
convivência harmoniosa baseada na amizade e na cooperação, como forma de manter
viva a chama de Samora Machel.
O primeiro
Presidente moçambicano morreu num desastre de aviação a 19 de outubro de 1986
em Mbuzini, na África do Sul, quando viajava entre a Zâmbia e Maputo.
As autoridades
moçambicanas mantêm até hoje a versão de que o avião foi derrubado
intencionalmente pelo regime do "apartheid", da África do Sul.
Sem comentários:
Enviar um comentário