O presidente da CTA – Confederação das Associações Económicas de
Moçambique, Rogério Manuel, acusou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI)
de má-fé pela forma como está a tratar a questão da dívida pública de
Moçambique.
“Se olharmos para a dívida de Moçambique e olharmos para aquilo que muitos
países europeus têm como dívida, em comparação com os recursos (naturais) que
Moçambique tem como garantia, (esses países) não chegam aos calcanhares de
Moçambique”, afirmou Rogério Manuel em declarações aos jornalistas após um
encontro em Maputo entre a direção da CTA e uma delegação do FMI.
Rogério Manuel considerou que o FMI está alegadamente a ser ríspido com
Moçambique, apesar de o país ter condições para, a longo prazo, honrar os seus
compromissos com os credores, através dos ganhos que poderá gerar com a
exploração dos recursos naturais.
“Quais são os interesses por detrás disto tudo, estou a ver que há
interesses além dos interesses comerciais, acho que é má-fé, eu acredito que é
má-fé, depois de tanta conversa que tivemos com eles”, acrescentou,
referindo-se à reunião com a delegação do FMI.
O FMI recusa-se a reatar a ajuda financeira a Moçambique, antes da
realização de uma auditoria independente à dívida do país, na sequência da
revelação em abril de empréstimos de mais de 1,4 mil milhões de dólares a duas
empresas estatais e garantidos pelo governo, entre 2014 e 2013, à revelia da
Assembleia da República e dos doadores internacionais, e que se somaram a um
encargo anterior nos mesmos moldes da Empresa Moçambicana de Atum (Ematum).
O Governo de Moçambique assumiu, a 25 de outubro, incapacidade financeira
para pagar as próximas prestações dos seus encargos com os credores, defendendo
uma reestruturação dos pagamentos e uma nova ajuda financeira do FMI.
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