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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Trump perde milhões, abre falência e continua multimilionário. Como?


No dia da tomada de posse do novo líder do Mundo Livre, o Economia ao Minuto levanta o véu sobre as finanças pessoais do multimilionário que mais dinheiro perde.

A carreira de Donald Trump está polvilhada de sucessos. As presenças rentáveis em filmes e a criação do programa de televisão 'The Apprentice', os ganhos em alguns casinos e a criação da marca global Trump saltam à vista mas mais do que vitórias, a vida profissional do presidente eleito dos Estados Unidos está recheada de falhanços estrondosos, que provocaram 'buracos' financeiros de muitos milhões.

Curiosamente, como explica a CNN, as enormes somas perdidas em negócios não impedem Donald Trump de ser multimilionário e manter dezenas de propriedades. Mas como é que o presidente eleito dos Estados Unidos consegue ser multimilionário quando em toda a carreira já perdeu muito mais dinheiro do que alguma vez teve?

A explicação é 'sui generis' e prende-se com as regras fiscais dos Estados Unidos, incrivelmente protecionistas com o capitalismo.

Nos anos 90 do século XX, época em que o jovem Donald começou a investir no mercado imobiliário com ajuda dos empréstimos multimilionários do pai, as leis eram muito protetoras: mesmo que o dinheiro investido fosse emprestado por empresas, investidores ou bancos, o empresário que liderasse o projeto podia reclamar créditos fiscais pela totalidade do dinheiro perdido um investimento falhado.

Por exemplo: se Donald Trump investisse um milhão de euros e recebesse 99 milhões de euros emprestados, teria direito a um crédito fiscal de 100 milhões de euros, mesmo só tendo perdido 1% do investimento. Pelo contrário, quem perdesse o resto do dinheiro seria obrigado a reportar as perdas ou a perdoar a dívida, pagando ainda assim os impostos aplicáveis.

No caso de Trump, as declarações de IRS obtidas pelo New York Times mostram que já em 1995, o presidente eleito dos Estados Unidos reclamava créditos ao Fisco de 916 milhões de dólares (860 milhões de euros) por prejuízos que terão sido de muitas outras pessoas. É verdade que Donald Trump também perdeu uma parte deste dinheiro, mas recuperou as poucas perdas com a possibilidade de escapar ao IRS quando tinha lucros tributáveis.

É preciso salientar que, até ao momento, as várias investigações do IRS norte-americano não encontraram nenhuma ilegalidade, mas as declarações mais recentes não são conhecidas. A não-divulgação dos documentos gerou muita polémica durante a campanha eleitoral, com Hillary Clinton a reclamar a publicação e Trump a garantir que não podia fazê-lo por estar sob investigação (a afirmação de Trump foi múltiplas vezes negada pelo Fisco, uma vez que não existe qualquer limitação legal à divulgação das declarações).

Os alívios fiscais dos ricos são ainda mais inexplicáveis tendo em conta que a classe média não pode ter o mesmo tipo de benefícios. A CNN lembra, por exemplo, que os créditos fiscais para quem tenha rendimentos mais baixos são menos benéficos: as perdas em investimentos como ações só podem ser deduzidas até 2.800 euros, as rendas e dividendos não são alvo de alívio e a venda de casas a preços menores do que a compra também não dão direito a crédito fiscal; os lucros nestas operações, no entanto, obrigam ao pagamento de impostos.

Mesmo com as alterações no código fiscal durante a presidência de Barack Obama, que mudaram ligeiramente o 'fosso' de vantagens dos ricos face aos mais pobres, o Fisco norte-americano continua a ser ultra-protetor com os 'mestres da falência' como Donald Trump e altamente penalizador com os cidadãos comuns.

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